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São José do Goiabal… Um nome singelo, quase um sussurro na vastidão da Mata Atlântica. Um pedacinho de Minas, incrustado ali no colar metropolitano do Vale do Aço , que integra o Vale do Rio Doce, perto do Parque Estadual.
A 180 Km da metrópole barulhenta, Belo Horizonte, esse município se aninha com seus 189,5 km² e uma alma de uns 5 mil e poucos habitantes. Uma coreografia curiosa, essa dança entre o asfalto e a roça, onde dois terços da gente pisa no urbano, mas o coração, ah, o coração ainda bate no ritmo lento do campo.
Dizem que tudo começou com um quilombo, um refúgio de almas sofridas. Depois, em 1914, chegou a família de Manuel Ribeiro da Tôrre Júnior, botando ordem na terra, plantando futuro e chamando mais gente. De um simples distrito de Santa Isabel, o arraial ganhou foros de sede em 1929, ungido com o nome de São José do Goiabal. Emancipou-se, fez a festa, virou município em 53. Uma saga miúda, dessas que a história oficial nem sempre anota, mas que pulsa forte no peito dos seus moradores.
A cultura? Ah, a cultura… Tem o Congado, com seus tambores ancestrais ecoando na alma da gente. Tem grupo de teatro, uns tipos que se vestem de sonhos e contam histórias. E o artesanato? Bordado e tapeçaria que falam da paciência das mãos, da beleza miúda do cotidiano. As festas religiosas, então, são um capítulo à parte. A de São José, o padroeiro, com sua aura de fé e promessas. E o Goiabal Folia!? Imagino a festança, os blocos coloridos, o suingue regional carregando junto tudo e todos.
O túmulo do Padre Ermelindo é um local de grande devoção e peregrinação, tombado como patrimônio cultural. O religioso, falecido em 1962, era um pároco importante da cidade, conhecido por seus milagres e pela devoção que despertava em seus fiéis. O túmulo, onde ele foi sepultado em um local escolhido por ele mesmo, atrai milhares de romeiros anualmente.
A natureza caprichou em São José do Goiabal. Montanhas altivas, vestidas de Mata Atlântica, um verde que acalma a vista e a alma. Rios serpenteando, como o Doce, de nome tão poético quanto traiçoeiro, e o ribeirão Sacramento, a sussurrar segredos pelas pedras. Mas a beleza, ah, a beleza às vezes vem com um preço. As enchentes, essas visitas indesejadas, exigem atenção, um sistema de alerta para que a água não leve embora a paz. Menos mal que a cidade tem seus guardiões do verde, gente que se preocupa com o amanhã.
O clima? Tropical, com suas nuances. Verão de chuva, aquele mormaço que convida à preguiça. Inverno ameno, um frescor que veste a paisagem de calmaria. Além do Carná, tem a Festa do Jubileu do Senhor do Bom Jesus, em setembro, um momento de contrição e festa.
E o aniversário da cidade, em dezembro, um brinde à própria existência. O dia de São José, um feriado local que reforça a identidade, a alma goiabalense. A cidade é aquele típico lugar que para os visitantes vislumbram ali a lentidão gostosa do interior, o tempo que passa sem pressa.
Em Goiabal tem espaços para o esporte, para o corpo em movimento. Biblioteca, para alimentar a mente. Grupos musicais, para embalar os sonhos e tradições, como a União Musical Goiabalense, uma prova de que a música é a alma do lugar. São José do Goiabal, um refúgio para quem busca a quietude, a cultura sem afetação, o abraço da natureza.
Um destino autêntico, sem os holofotes do turismo de massa, um segredo bem guardado no coração de Minas. Dá para dizer que em Goiabal podemos encontrar a verdadeira essência do interior de Minas, longe do burburinho das grandes cidades, um lugar onde a vida ainda pulsa em compasso com a natureza e a tradição.
lldamara da Silva Fragoso
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