Com a autorização de construção já publicada e investimentos na ordem de R$ 5 bilhões, a obra para inicio da construção da ferrovia que ligará Ipatinga a São Mateus no estado do Espirito Santo já é uma realidade.
Em coletiva à imprensa realizada na segunda-feira, 18/10, na sede da FIEMG Regional Vale do Aço, o diretor-presidente da Petrocity Portos, José Roberto da Silva, anunciou que a Estrada de Ferro Minas-Espirito Santo (EFMES) terá 460 quilômetros e a previsão inicial é de transportar 18 milhões de toneladas de carga. A empresa está na etapa de refinamento de estudos para definição do melhor traçado.
O projeto prevê quatro Unidades de Transbordo e Armazenamento de Cargas (Utac) previstas em todo o seu traçado, das quais duas já confirmadas em Minas Gerais, nos municípios de Governador Valadares e Ipatinga, a empresa estuda a implantação de mais um terminal para recebimento e distribuição das cargas que chegam e saem da ferrovia no Vale do Aço.
O diretor afirmou ainda que o investimento contará com payback em oito anos, a partir do início das operações, previsto para 2024 e conclusão até 2026. Segundo ele, o projeto inclui ainda a instalação de um gasoduto e de uma infraestrutura de telecomunicações ao longo da nova ferrovia.
“Iniciaremos as obras efetivamente em 2024 devido a trâmites que já estão sendo efetivados como o estudo do traçado, análise geológica e, posteriormente, aquisição das licenças ambientais e desapropriação”, pontuou José Roberto.
Para Flaviano Gaggiato, presidente da FIEMG Regional Vale do Aço e coordenador da Agenda de Convergência essa nova ferrovia é sinônimo de desenvolvimento logístico e econômico para a região.
“Por ser uma ferrovia moderna de bitola larga com uma velocidade maior ligando Ipatinga ao novo porto em São Mateus, ela representa um novo corredor de logística para todo o Vale do Aço. Além disso, a Petrocity terá uma linha até Brasília o que também abre a possibilidade de diminuir os custos de transporte para o norte e nordeste do Brasil, e uma unidade de transbordo de cargas no Vale do Aço que vai agilizar todo o processo de despacho e recebimento de produtos”, destacou.
José Roberto alertou aos prefeitos quanto a oportunidade de crescimento em todos os âmbitos para a região metropolitana. “Os municípios precisam ter um planejamento estruturado, principalmente porque além da nova ferrovia, contarão com o terceiro maior aeroporto do Estado e uma 381 duplicada, ou seja, o Vale do Aço viverá um novo momento de desenvolvimento.”
Representando o eixo Competitividade da Agenda de Convergência, Kléber Muratori, ressaltou que o transporte ferroviário tem baixo custo de frete e de manutenção, inexistência de pedágios, menor índice de roubos e acidentes, além de transportar grandes quantidades a longas distâncias, o que contribui consequentemente, para o aumento da competitividade na região.
“A implantação da nova ferrovia amplia as opções de transporte de cargas. A atual ferrovia prioriza o transporte de minérios, que tem velocidade limitada e está quase que totalmente dedicada à Vale. A nova ferrovia, dará mais opções às empresas da região, aliviando a BR381 e reduzindo custos”. E completou: “Nossa região será mais atrativa para que novas empresas aqui se instalem, possibilitando que indústrias que têm o aço como matéria prima tenham condições de produzir com preços competitivos”, disse.
Apresentação do projeto
Após a coletiva, Gaggiato recebeu prefeitos da Região Metropolitana do Vale do Aço, deputados federais e estaduais, diretores das indústrias âncoras, além de presidentes de sindicatos e membros da Agenda de Convergência para a apresentação do projeto da Petrocity. Na oportunidade, colocou a FIEMG e às industrias âncoras da região à disposição da empresa.
De acordo com o prefeito de Santana do Paraíso, Bruno Morato, o município já está se preparando para esse vetor de desenvolvimento. “Contratamos uma empresa que fará a ligação das BRs 458 e a 381, trazendo ainda mais desenvolvimento para nossa região e com a nova ferrovia, teremos grandes oportunidades do ponto de vista logístico, além da geração de emprego e renda”, pontuou.
Para Júlio Ribeiro, diretor industrial da Cenibra, não se trata apenas de uma ferrovia, mas sim de um grande complexo logístico que permitirá a conexão direta do Vale do Aço com o mundo.
“Novas oportunidades de negócios, mais empregos, mais tecnologia, mais geração de valor para a nossa região. Cabe a nós, cidadãos do Vale do Aço, a missão de sair na frente e aproveitar as oportunidades iniciais, inclusive no fornecimento de serviços e matéria-prima para a construção de todo o empreendimento. Essa mesma oportunidade estará disponível para todas as empresas e municípios de nosso Estado ao longo do traçado da ferrovia. Grandes oportunidades pela frente”, celebrou.
No dia 22/11 está prevista uma reunião técnica entre a Petrocity e a diretoria das indústrias âncoras para confirmação de onde será implantando o terminal para recebimento e distribuição das cargas que chegam e saem da ferrovia no Vale do Aço.
Fonte: Fiemg Vale do Aço